Quando Escrevo



Quando escrevo
perco-me no vazio,
que conheço e percorro
num desejo de me perder,
sem saber…

Entendes?
Percebes o que te digo?
Ou tenho de falar mais alto?
Mais claro?

Quando escrevo,
os meus dedos não falam,
sentem…
A pressão das teclas,
o seu ruído repetido,
sim;
porque nem tudo tem de ser lírico
ou teatral…

Quando escrevo
é para te dizer algo,
a ti, e a ti, e a ti também,
se quiseres ser humilde e ouvir,
a voz que não critica,
mas sonha…

Quando escrevo,
é a herança de letras aprendidas
que formam palavras
que se parecem com vozes
que me sussurram,
Incompreensíveis!

Porque eu quando escrevo
falo contigo,
numa linguagem muito própria,
que passa num canal directo,
pear-to-pear,
cérebro-to-cérebro!

Masturbação poética?
Talvez,
se é o que a minha voz te diz?!
Que seja!

1 comentários:

Blue disse...

Encontras nas palavras, aquilo que a voz nao te permite: a liberdade para exprimires o que sentes, a catarse, que afasta os teus fantasmas!

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